Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito.



sábado, 28 de agosto de 2010

De cara lavada


Hoje me desfiz dos meus bens,
vendi o sofá cujo tecido desenhei
e a mesa de jantar onde fizemos planos.

O quadro que fica atrás do bar
rifei junto com algumas quinquilharias
da época em que nos juntamos.

A tevê e o aparelho de som
foram adquiridos pela vizinha,
testemunha do quanto erramos.
A cama doei para um asilo,
sem olhar pra trás e lembrar
do que ali inventamos.

Aquele cinzeiro de cobre,
foi de brinde com os cristais
e as plantas que não regamos.

Cube tudo num caminhão de mudança,
até a dor que não soubemos curar,
mas que um dia vamos.

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